"Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Esta é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado".

Paulo Freire

sexta-feira, 6 de maio de 2016

Coordenador Pedagógico

O coordenador virou o faz-tudo da escola?




“Existem dois tipos de coordenador: o maestro, que conduz e forma os professores, ou o bombeiro, que passa o dia correndo e apagando incêndios”. Ouvi a frase há algumas semanas durante uma aula da pós-graduação, justamente em um módulo sobre o papel da coordenação na nova configuração da escola. Surpresa: mesmo entre educadores, não houve consenso.
A maioria dos coordenadores são antigos professores que se destacaram em sala de aula e foram convidados a ocupar o cargo – sem que, contudo, recebessem uma formação específica para essa nova tarefa. Cursos de pedagogia abordam muito superficialmente as atribuições desse profissional, portanto, cabe a ele ir atrás de cursos, livros, debates e informação para melhorar sua prática. Afinal, por mais que a experiência em sala seja importante para compreender a rotina da equipe que se quer orientar, há outras competências que se fazem necessárias: a liderança, por exemplo, assim como a gestão de tempo e de pessoas.
Outro percalço é o fato de que, mesmo dentro das escolas, as funções do coordenador ainda se confundem. Quando há a figura de um orientador pedagógico, é possível dividir esforços: o coordenador é encarregado de tudo o que concerne o aprendizado das crianças, o pedagógico, mas cabe ao orientador lidar com relacionamentos familiares e questões socioemocionais dos estudantes. Infelizmente, em um grande número de escolas, um único profissional acumula os dois trabalhos (além de vários outros desafios diários que não estavam nos seus planos).

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